segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Deixa Comigo!

Às vezes é difícil entender que trocamos de papeis e que daqui por diante eu preciso cuidar de você, e que você precisa me ouvir e andar devagar para chegar. Não quero que me confunda com você quando eu tinha cinco anos, mas uma hora isso iria acontecer: os monstros imaginários se vestem de gente de verdade e são capazes de ferir até corações calejados. Não é por mal, mas tem gente que não é do bem, e eu sei que posso cuidar para que eles não cheguem até você. Então pare de reclamar e me escuta, afinal, ter menos idade do que você, nessas horas, nos dá uma larga vantagem.


TIAGO DA SILVA VIEIRA.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

MANHÃS DE SÁBADO

Era uma daquelas histórias de amor que já começaram dando errado, mas ela não me deixava ir embora. Me segurava na cama, dizia, 'só mais cinco minutos', e eu, como um bom preguiçoso, deixava me envolver por aquele calor nas costas, beijos na nuca e a bagunça dos lençóis. Ela me amava baixinho, mesmo sabendo que eu era uma daquelas histórias que davam errado - e ainda hoje me pergunto como foi que deu certo. Sobre o não-amor, o que me explicaram é que, quando nos sábados de manhã, céu cinza, calor lá fora e a preguiça na cama, uma conversinha no pé do ouvido nos faz sem querer se apaixonar. Sem querer o querer, mas já o querendo, foi assim que eu quis aquele querer infindo e preguiçoso das manhãs de sábado.


TIAGO DA SILVA VIEIRA.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

WAS NOT LOVE

Não, não era amor.
E ele sabia disso desde antes do início. Não era amor, mas era importante. 
Não era amor, mas era de uma felicidade que cabia no conforto de um abraço que protege. 
Não era amor, mas faziam dele cama, chão, e todo espaço que tivessem ao alcance. 
Não era amor, mas era alguma coisa parecida. 
Não era amor, mas todo resto estava lá.  

TIAGO DA SILVA VIEIRA.